domingo, 22 de junho de 2008

Tecidos

Caminhar pelas ruas de qualquer cidade, aldeia ou vila Guatemalteca significa entrar em contacto com o mundo dos tecidos indígenas. Contrariamente a muitas vestes comuns, globalizadas e sem um carácter representativo, os trajes indígenas são um símbolo da cultura Guatemalteca.


Uma mulher envergando o seu "huipil".
Ao tecido usado para fazer de saia, chamam-lhe "corte".



As cores e as formas ajustam-se às regras de cada comunidade Maia. Cada bordado tem uma simbologia e transmite, por isso mesmo, uma mensagem. Por exemplo, a blusa que as mulheres indígenas vestem (chamado “huipil”) não é igual por todo o país; através do tecido, das cores e dos desenhos do huipil é possível determinar a região de onde a mulher que o veste é natural, as suas qualidades como tecedora e se está casada. Cada comunidade Maia tem o seu traje típico e existem “cerca de 300 huipiles, especialmente na região do Altiplano. Além disso, é interessante mencionar que existem desenhos de uso diário e de uso cerimonial, tanto para os homens como para as mulheres. [1] É possível ver na fotografia vários huipiles, com cores e desenhos diferentes.[2]


Para a sua confecção usam-se teares de pé e de cintura. O primeiro foi trazido ao continente americano durante a colonização Espanhola, enquanto que o segundo, também conhecido como “mecapal”, é de origem pré-hispânica e é o método de tecer mais tradicional, sendo exclusivamente usado pelas mulheres. A confecção de um tecido, sobretudo o huipil, pode levar três a oito meses.[3]


Exemplo de um tear de cintura ou mecapal.
Imagem pintada no Mural de Comalapa,
San Juan Comalapa, departamento de Chimaltenago.


Nos mercados locais é possível encontrar vários tecidos, com formas, desenhos e cores fortes, representativos da visão do mundo dos povos indígenas e característico de cada região do país. Alguns dos mercados mais populares, mas igualmente turísticos, encontram-se em Chichicastenango, em Panajachel (Lago Atitlán) e em Antigua. Na Guatemala e especificamente nos mercados, existe a “cultura de regatear” e o simples facto de colocá-la em prática significa que a priori se pode comprar algo a um preço mais baixo como, também, permite uma interacção com as pessoas locais.


Tecidos Indígenas


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[1] Tejidos de Guatemala, retirado de:
[2] Fotografia tirada num restaurante em Cobán, Alta Verapaz, que tem os huipiles pendurados na parede como decoração e para venda.
[3] Op. Cit.

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